segunda-feira, 12 de maio de 2014

Entrevista com Marcelo Ferreira


 
 
1. Há quantos anos você trabalha com o Polo Aquático? O que te motivou ou quem, a entrar nesse esporte?

Este ano completo seis anos trabalhando com o Polo Aquático.

Trabalhar na formação de atletas sempre foi um objetivo meu. Pegar uma criança que não conhecia nada sobre a modalidade e fazer  gostar disso foi um desafio muito bom para minha carreira, isso me motivou muito no início do meu trabalho com Polo. Eu trabalhava com natação em uma academia antes do Polo Aquático, e fui convidado para substituir um professor no SESI Ribeirão Preto.

Tive várias pessoas que me motivaram neste esporte. No início ainda como Analista, o Alexandre foi quem me ensinou os primeiros fundamentos e orientou qual era o objetivo do trabalho no Programa Atleta do Futuro, foi quando iniciei minha carreira. Logo depois os técnicos Paulo Coutinho e Paulo Rose contribuíram muito no meu desenvolvimento como técnico. Duas pessoas fundamentais, que estão me formando como técnico, que me ajudam muito, me incentivam, ensinam e me dão confiança até hoje são: André Avallone e o nosso supervisor Betão, com toda a metodologia e idéias para nosso esporte crescer.


2. Como você conseguiu conquistar tantos títulos na sua carreira? Em tão pouco tempo?

 Os títulos que conquistei recentemente (2x Campeão Brasileiro e 1x Campeão Paulista Sub 15 em 2013 e Campeão Brasileiro Sub 17, Vice Campeão Brasileiro Sub 15 em 2014) foram com atletas formados dentro do SESI e a maioria em Ribeirão Preto. Estes atletas há seis anos já estavam treinavam comigo com 9/ 10 anos de idade, acredito que é tempo suficiente para formar uma geração de jogadores.

Acredito também que isso não dependeu só do meu trabalho de longo prazo, isso também dependeu da safra de jogadores que eu peguei naquela época, a maioria com excelente biotipo para o esporte, longilíneos, com boa envergadura e estatura. Alguns tinham uma base técnica de natação muito boa, isso me deixou com ótimo material humano para trabalhar e aliado à excelente estrutura que o SESI oferece para o Esporte de Rendimento, os resultados foram os melhores possíveis.

3. Como é trabalhar com o Polo Aquático numa cidade como Ribeirão Preto? Você acha que tem vantagens ou desvantagens?

Ribeirão Preto é uma cidade muito quente, muito diferente da capital. Aqui faz calor quase o ano inteiro e um esporte praticado em piscina como o Polo Aquático deu muito certo.  Juntamos a cultura do brasileiro que é “fazer gols”, por causa do futebol, junto com o calor da cidade que dá vontade de ir pra piscina todos os dias. Em pouco tempo de trabalho todas as turmas estavam lotadas.

Temos vantagens e desvantagens.

Vantagens: Para a prática, o clima como já citei acima é um fator muito interessante, outro fator é a escola do SESI que fica do lado da nossa piscina, quando os alunos terminam suas aulas eles já podem ir para o Polo, não dependendo dos pais para transportá-los até outro clube como acontece em São Paulo por exemplo.

Desvantagens: Estamos muito longe dos principais clubes com tradição na modalidade. São 315 km da capital e 715 km do Rio de Janeiro, isso dificulta na participação de torneios e jogos amistosos por exemplo. Em Ribeirão Preto não existe nenhum clube ou academia que desenvolva o esporte, e o SESI mais próximo é em Franca (90km de distância).

4. O que você acha do Polo Aquático Brasileiro atualmente?

O Brasil é um país tropical, onde o clima é muito mais favorável para a prática do Polo Aquático do que os países da Europa, por exemplo. Acredito que a massificação do esporte pode acontecer nos outros estados brasileiros mas isso não acontece devido à escassez  de profissionais para trabalhar com esta modalidade. No estado de São Paulo, por exemplo, o Polo Aquático vem se desenvolvendo pelo interior, mas ainda podemos alcançar muito mais.  Atualmente considero que temos poucos profissionais para trabalhar e desenvolver nosso esporte como ele poderia ser desenvolvido.  

5. O que você poderia fazer para melhorar?

Acho que já estou contribuindo com muita dedicação e empenho para difundir e ensinar o Polo Aquático. Em Ribeirão Preto, por exemplo, não existia a modalidade, hoje já temos equipes competitivas em todas as categorias. Temos cerca de 40 atletas do Esporte de Rendimento e mais cerca de 70 alunos do Programa Atleta do Futuro. Fazer o Polo Aquático crescer no interior do estado é muito importante para o desenvolvimento do esporte nacional.

6. Na próxima semana você tem o Torneio SESI-SP adulto. Quais são as suas perspectivas para esses jogos?

Nossa equipe Adulta de Ribeirão é formada por atletas Sub 19 e os atletas desta categoria treinam dois períodos todos os dias. Este torneio será muito importante para motivar nossos atletas, pois nosso Campeonato Brasileiro foi adiado e até hoje jogamos apenas um jogo oficial nesta categoria no Campeonato Paulista. Minhas perspectivas serão de realizar bons jogos, vamos ter a oportunidade de jogar contra a Equipe A do SESI que tem um dos melhores atacantes do mundo que é o Tony, contra a equipe do Paulistano que também tem jogadores experientes e de seleção brasileira como o “Guzinho” e contra a equipe do Jundiaiense. Estes jogos trarão uma experiência bastante enriquecedora pra mim como técnico e também para os atletas. Espero que os atletas coloquem em prática tudo o que trabalhamos durante o semestre e ganhe ritmo de jogo.  Este é meu objetivo com este evento.

7. O que você diria para um atleta ou técnico interessado em conhecer o Polo Aquático?

Aos atletas interessados, o SESI está de portas abertas para receber novos praticantes. A modalidade é gratuita e dos 8 aos 17 anos você pode participar de nossas aulas.

Para os Técnicos interessados em conhecer o pólo aquático, diria que o Brasil precisa de novos profissionais, o mercado de técnicos é muito pequeno. Como um exemplo próprio, eu não fui atleta da modalidade e consegui aprender a trabalhar com ela e desenvolver um trabalho em uma cidade onde não existia a modalidade.

Enfim, novos atletas e técnicos são bem vindos para contribuir no crescimento do esporte. Nós: técnicos e atletas do SESI estamos de braços abertos para recebê-los em nossas dependências.

 

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